terça-feira, 6 de abril de 2010

Lumières de la ville, la première partie

Olá a todos. O conto abaixo foi dividido em duas partes, devido ao facto de ser longo. Escrevi durante uma fase ilusória de janeiro, onde tudo era um mar de rosas para mim, a não ser a minha miroir, que ainda era um objeto inalcançável.

"Paris, a cidade Luz. Estou aqui, no alto da Torre Eiffel, apenas pensando na vida, e observando a vista. A cidade continuava bela como sempre, e eu continuava apenas a pensar em tudo o que deixei para trás. Minha família, meus amigos, e antes de mais nada, ela. Ah, e como eu a amava, mesmo que este amor não fosse recíproco. E do alto da torre olho meu celular, e estava na tela dele escrita uma mensagem que demorei para acreditar. Ela viria a Paris e queria me ver.
Aquilo caiu como um trovão. Seria aquilo um sonho finalmente a ser realizado? Fazia dois longos anos que eu não a via. Desço lentamente da Torre e vou para meu apartamento, e também meu ateliê. E dentro dele olho todo meu sucesso, e ao mesmo tempo meu fracasso. Toda a tristeza que colocava nos quadros significava apenas que eu nunca a tive nos meus braços.
Éramos amigos desde a época da escola. Ela, a garota mais bonita, e eu aquele garoto tímido, com espinhas, de óculos. Mas não sei por que sempre fomos amigos. Era para mim que ela chorava ao terminar um namoro, e comemorava um início de outro. E a cada dia meu amor não correspondido por ela era como uma facada em meu coração. E não sei por que insistia em manter aquilo calado. Seria medo de perder a amizade dela? De perder a sua companhia? Acho que por isso preferia vê-la sorrir feliz, e continuar sendo assim, a arriscar perder seu sorriso.
Mas aquela angústia parecia sempre me consumir, por isso na primeira chance que tive me mudei para Paris, onde poderia pintar meus quadros e vendê-los, mesmo que longe dela. Aquilo tinha sido bom, e ao mesmo tempo ruim. Não importava com quantas mulheres diferentes eu dormia, com quantos litros de vinho eu me embebedava, com quantos cigarros eu fumava. Ela sempre esteve na minha mente. Foi então que desisti de combater aquilo, e tentei apenas me focar no trabalho.
Tenho até um relativo sucesso, pois meus quadros apenas retratam minha tristeza, e parece que toda santa pessoa hoje é triste. Pois bem, apenas visto meu sobretudo e vou dar uma caminhada pela cidade. Não era possível que ela estaria aqui amanhã. O alvo de tantos sonhos estaria ao meu lado novamente. Iria ver o seu sorriso, os seus olhos, os seus cabelos, e a sua voz.
Caminho pela cidade, quando uma vitrine me mostra uma das coisas mais belas que já tinha visto na minha vida. Um pingente com uma esmeralda nele, que lembrava os olhos dela. E não pensei duas vezes, e comprei para ela. Não sei exatamente o porquê, mas acho que finalmente vou tomar coragem de falar alguma coisa com ela. Eu preciso falar, pela minha sanidade mental, eu já não agüento mais isto! Esta dor que eu aflige fundo, que é corrosiva para a mente e para o corpo. Irei sim falar."


LMN, Droog's sentence:"A mente humana pode ser muitas vezes uma ilusão. Mas prefiro achar viver nesta falsa ilusão do que encarar a realidade, dura e cruel."

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