quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Glória em sua nostalgia, veck?

Olá a todos. Vamos direto ao ponto. Saudosismo. Sim, sou um grande crítico a isso. Já começaram o mimimi, que gosto de bandas e hábitos antigos, que tenho relógio de bolso, mas nem ligarei. Sabe, eu gosto do século XXI. Internet rápida, chance de conhecer amigos pelo Brasil inteiro, bandas desconhecidas do mundo inteiro, remédios, e a chance de poder fingir gostar do passado. Poder ter um blog, sem gastar um centavo a isso. Expor minhas idéias sem medo, e fingir respeitar idéias contrárias (alô pró-cotista, é para vocês [/brinks]) e assim fingir ser feliz com o que vivo, ou finjo viver. A maravilha da tecnologia, aproximando pessoas e as afastando, permitindo que a pessoa faça sexo sem medo de sífilis, e ter uma tuberculose e poder me tratar.

Como diria um grande amigo, eu não gostaria de ser jovem na Inglaterra nos anos 60, pois sei que seria traumatizado por uma guerra, ou por uma perspectiva de não ter futuro. Ou viver nos anos 70 e 80, com o mundo inteiro em depressão, e vendo todas as bases de décadas caindo. Alguém acha que eu teria minha liberdade e pensaria assim na década de 60? Provavelmente eu seria um racista retrógrado sem dinheiro, que apoia a Ditadura, e sendo contra o Divórcio, apoiando a devastação da Amazônia pelo progresso, e casasse cedo e reprimisse todos meus possíveis sonhos, nada muito diferente da realidade.

Não existe a beleza que imaginamos no passado. Existe racismo, guerras, sociedade atrasada. O que vemos são filmes e livros água com açúcar que fingem que mulheres fumando na beira de um café em Paris são sexy. E são, mas é década de 20, só em livros você vai levá-la para a cama antes do casamento. Até concordo que ironicamente acho mulheres fumando com um charme especial, mas só. Esses cafés eram para poucos, enquanto isso a população morria de fome e trabalhava 12 horas por dia.

Tentarei resumir nisso, em falar que apenas o século XXI permite que a pessoa ame o passado, pois a facilidade de achar as perfeições do passado é muito fácil com a Internet. Ah, os anos 60, os doces anos 20, o século XIX e La Belle Époque, e tudo o que perdemos por sermos jovem demais. Perdemos mesmo? Ou estamos apenas tentando esconder nossos fracassos e nossa falta de bom senso em figuras passadas? Ou temos mesmo de fazer a nossa parte? Isso é conosco, e a vida continua.



LMN, Droog's Sentence:"Não podemos perder o que ainda não ganhamos"

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Homo lassus lassus


Há meses não publico aqui no blog. Não publico pois há meses não consigo escrever nada superior a algumas linhas desconexas: pensamentos filosóficos e desesperadores que ferroam minha mente. Qualquer coisa superior a a um parágrafo é sistematicamente tolhida de meus pensamentos... Portanto aqui farei um esforço hercúleo para conseguir - pelo menos - relatar os fatos.

Acontece que o tédio me dominou. Tudo o que escrevo me parece requentado, mastigado e cuspido, completamente clichê e monótono. Acredito – ou melhor, quero acreditar – que estou apenas sofrendo do mal da águia velha: aquela que, para que continue a viver, deve se retirar a um canto reservado e passar pelo doloroso processo de renovação das penas e bico... Pois é. Como disse, prefiro acreditar nisso do que admitir que o pouco dom que me restava me abandonou de vez.

A verdade é essa: Não consigo escrever. Já tentei me inspirar, já tentei me obrigar, mas nada reluz diante dos meus olhos: Tudo se assemelha a algo que já escrevi ou li. Tudo é enfadonhamente previsível.

Já me exauri. Já falei tudo de mim, mas mesmo assim não sei quem eu sou. Não sei nada, e não sei se quero um dia descobrir...