segunda-feira, 16 de abril de 2012

Stop the Clocks

Olá a todos. A caneta desliza sempre pela mão, e as vezes demora anos para tocar o chão. Girando no ar, ao som de varias músicas. E você não aguenta, e lágrimas descem do seu rosto. Quem é você? Não é mais o garoto inocente, mas queria ser. Não é o garoto que tinha desapego no mundo, mas queria ser. Você se sente traído pelo mundo, o mundo que você resolveu confiar. E o mundo te dá as costas. As pessoas, os amores, a família, os amigos, a juventude, e quem sabe os acordes da canção?

O mesmo acorde da canção, a agulha pulando deixando tudo instável. Você queria realmente que o relógio pare, e a caneta não giraria em direção ao chão. Permaneceria no ar, e você observaria e derramaria lágrimas apenas. E a lágrima se trava nos olhos, e não desliza. Os relógios não param. O mundo não para. Você é obrigado a seguir. E quer manter o passado. Mesmo que a noite caia. Vou seguir, sorrindo, mesmo que o sorriso seja falso. Como o mundo.

Nunca dê a mão ao mundo. Nunca dê a mão a ninguém. Nunca. Você confia. E o mundo te trai. E você segue caminhando. Não quero mais saber da morte, afinal, talvez eu já esteja morto. Como saberia? Nunca se sabe, as vezes sou apenas um cadáver seguindo rindo e dizendo o significado da palavra gay pelo mundo.

Eu queria ser feliz, mas como?


LMN, Droog's Sentence:"After three years, why?

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Jaded

Me sinto cansado. Não tanto fisicamente, nem tanto psicologicamente... Só cansado. Talvez um pouco desiludido da vida. Cansado talvez de sonhar, e ver meus sonhos fugirem por entre seus dedos... Ou talvez nem isso, porque nunca os tive assim tão próximos, a ponto de estarem em meus dedos. Cansado de insistir as mesmas coisas com as mesmas pessoas. Cansado talvez de fingir ser alguém completamente díspar do meu eu verdadeiro. Ora, apenas em raras ocasiões consigo me desvencilhar da máscara social, que pesa tanto em meu rosto... E me dói a colocar uma vez mais, sorrir de soslaio - um sorriso amarelo e sem ânimo, de quem não aguenta mais fingir...

Sou o Pierrot das noites de lua. Mas as noites já não tem mais luar. E o céu é escuro e pesado, e as estrelas se escondem.

Sou o Paladino das noites escuras. Mas a espada pesa quando empunhada. É mais confortável na bainha, ou até mesmo fora da cinta. Sempre me consideirei o protetor dos fracos e oprimidos, mas cada vez mais tenho visto que não faço a mais insignificante diferença: o esforço que demanda tentar proteger os outros não vale a pena. Tudo continua exatamente igual, como se nada houvesse sido feito, apenas eu que me encontro um pouco mais decepcionado com o mundo.

Nada flui, Heráclito. Tudo continua a exata mesmice, independente do que se faça. Sábio era Álvaro de Campos, que dizia que a única conclusão é morrer.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Morpheus

Ele arruma as malas. Está partindo. Na verdade não sabe se sua casa é a partida ou a chegada. Talvez nenhuma das duas.

O ato de empacotar as coisas parece, aos seus olhos, com a limpeza que se faz no quarto de quem já morreu: Muito se vai, pouco se fica, e só resta a poeira. Mas até a poeira parece carregar um acento de nostalgia.

Isso fica, isso vai, e pronto. Nenhum ruído se ouve, a não ser o arrastar da mala pela casa. Todos dormem, todos já se despediram. A bagagem é posta próxima à porta.

Ele olha as estrelas. Há muitas delas. Um exagero, já que nunca conseguimos ver todas. Mas parece que nesta noite elas brilham mais, como de despedissem. Mas é bobagem ,afinal, estrelas não se despedem.

Tudo pronto, os últimos detalhes resolvidos, ele resolve se deitar. Ajeita a cama e deita. Fecha os olhos, mas não adianta. Com muito custo, pega no sono.

Agora sim está em casa.