terça-feira, 22 de novembro de 2011

Jardins, fadas e outras metáforas estranhas

‎"Não basta apenas apreciar a beleza de um jardim, sem ter que imaginar que há fadas nele?" Douglas Adams

Essa é, na minha opinião, uma das frases mais geniais de Douglas Adams. Apesar de ele não usar no mesmo contexto no qual eu a uso agora (história longa, que envolve um robô depressivo, um gerador de improbabilidade infinita e uma pobre cachalote), essa citação serve perfeitamente para meus propósitos.

A questão é que somos educados (ou melhor, doutrinados) desde pequenos a acreditar em fadas. Leem-se para as crianças contos de fadas, e a mídia focaliza no mito 24 horas por dia, e as crianças acreditam que aquilo é real. E as crianças um dia crescem, e aprendem da maneira mais dura possível que a realidade é outra, bem diversa daquilo que sempre pensaram que era. Não digo que a realidade seja de todo ruim. De fato não é. Tem seus pontos positivos, é claro. A liberdade, a autonomia, a diversificação... é tentador, mas ainda assim é estranho.

Somos criados como se fadas existissem, então como olhar para um jardim e não as procurar? Os dois conceitos já estão tão intimamente ligados que ao pensar em um, pensa-se também no outro. Acontece que de fato fadas não existem. E não importa o quanto procuremos, não as encontraremos jamais. Mas essa racionalização não impede que a pessoa se decepcione profundamente por alguns instantes, afinal, tudo o que foi aprendido se desmorona diante de seus olhos naquele instante. Por isso não culpo aqueles que se desiludem, que desistem da luta injusta da realidade com o sonho.

Não sei se fui claro o suficiente, obscuro o suficiente ou simplesmente prolixo. Mas entenda como quiser: essa de fato é a maior liberdade que um leitor pode ter.

OBS.: Peço desculpas pela demora em postar textos. Estou em época das provas finais, portanto sem muito tempo livre.

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