quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Immer weniger

Se ele fosse definir as últimas semanas em uma palavra, certamente seria frustração. Uma vez atrás da outra tem se decepcionado com qualquer resultado obtido, desiludido com o futuro. Já se tornou corriqueiro ver seus planos e projetos de vida ruírem à sua frente, sem nada que possa ser feito. As oportunidades passam, e a vida passa, e ele simplesmente assiste, como um telespectador sonolento que não se dá conta que o programa vai acabar... uma hora vai acabar.

Será que as metas estabelecidas eram grandes demais para tão limitada pessoa? Ou é simplesmente o fato de ser abaixo da média? Sempre teve a sensação de ter que se esforçar muito mais para atingir os resultados tidos como regulares pelas outras pessoas. Nunca é atribuído a ele qualquer “dom”, ou “facilidade”, como sempre todos os outros tem. É constante a sensação de ser menos, de alguma forma menos...

Desistiu de encher o copo. Sabe que os efeitos do álcool em seu corpo geralmente são mais de remoer angústias que de entorpecer, ou causar amnésia etílica. De toda forma, o dia-consequência geralmente se mostra bem pior que o dia-motivo. Abriu a janela e olhou pra baixo, imaginando o vento no rosto e a sensação de leveza. Volta a fechar, a tentação é grande demais, e a coragem é pouca. Em vez disso foi ler Álvaro de Campos.

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