domingo, 4 de março de 2012

Omnibus

Esses dias, eu estava em profunda desilusão pelo ser humano. Cheguei à conclusão que o mundo não acabará nem em fogo divino (como os religiosos esperam) nem com o apocalipse zumbi (como os nerds tanto desejam), mas sim pelo declínio do próprio ser humano. Como bem disse Álvaro de Campos, “a alma humana é porca como um ânus”, e isso ainda não havia ocorrido a 2ª Guerra Mundial.

Tenho visto seres humanos errarem de forma grotesca. Serem absurdamente desonestos, vis – e serem aceitos pela sociedade. Sério, já tive um professor que proclamava contra pobres e gays dentro de sala de aula. Hoje, ele é desembargador. Enquanto isso, vejo seres humanos – heróis – serem esquecidos, ignorados, considerados nada mais que lixo. Pessoas brilhantes são execradas, e idiotas assumem as funções importantes...

E aí estava eu, no ponto de ônibus cismando sobre esses assuntos quando, chegando o ônibus, cumprimento curtamente o trocador, que me responde com um sorriso e um bom dia sinceros, gratuitos. E não tinha obrigação: era inclusive esperado que fizesse como todos os seus colegas, ou seja, ignorado meu cumprimento e, com cara de cu, liberasse a roleta.

E foi nesse momento que a minha esperança pelo ser humano foi restaurada.

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