domingo, 20 de setembro de 2009

Apenas um escritor

Olá a todos. Uma bela manhã de domingo, por sinal. um dia ensolarado, algumas nuvens no horizonte, mas nenhuma que traga a chuva. A mesma chuva que gotejou aqui durante a última madrugada. nem sei por que exatamente estou escrevendo esta crônica, conto, relato, sei lá. I'm a writer? I don't think so. Acho que sou apenas um rapaz latino americano com criatividade em explosão, que não é capaz de guardar tudo em si, e tem de expor tais idéis seja num blog, seja em público. espero que vocês, Ò Leitores, curtam.

"Aquele vento frio entra pela minha janela. Resta-me caminhar até ela e a fechar. Antes olho para fora e vejo aquela fina camada brnca de neve encobrindo as ruas. Em casa todos dormem. Ando pela casa, apagando as luzes, e cobrindo meus filhos. São tão belos. Sempre seram belos. Minhas pequenas joías. este inverno esta mais ameno que os outros. Onde estou? Em algum lugar desta Europa. Um lugar exato é difícil definir. Uma pequena vila, no meio de belas colinas. Um lugar bucólico. Apenas isto.

Volto para minha poltrona, e assim encho uma taça de vinho e me sento a frente da lareira. Aquele calor que exala dela me ajuda a aquecer deste frio. E apenas observo as brasas subindo levemente. Fico longos minutos apenas pensando. Termino o vinho e nada me vem a cabeça. caminho até a minha velha máquina de escrever e tento assim datilografar. Mas as idéias não fluem. Minha mente não consegue pensar. Apenas observo aquela velha máquina.

Era do meu avô. Ele era jornalista. E ele passou para o meu pai, que a usava para escrever relatórios e coisas do tipo. E agora é minha, que apesar de toda pararfenália tecnológica, prefiro estar aqui, vendo tal peça histórica, onde um erro acaba com todo o trabalho perfeito. Eu gosto do barulho desta máquina. Tac-tac-tac. Começo a tentar escrever. Chega na terceira linha percebo que não estar bom. pego a folha e a amasso, jogando esta fora. Uma, duas, três, quatro, cinco vezes. Não tenho o que escrever. Nada e nada. Estou sem idéias. onde já se viu isto? Um escritor que não escreve? Onde está minha imaginação? Escuto passos, e de repente uma imagem bela e familiar coloca sua mão em meu ombro. Seguro esta mão e a beijo. E assim uma voz suave como de um anjo susurra ao meu ouvido.

_Você ainda esta acordado?
_Estou tentando escrever querida. Estou sem idéias. Você poderia me ajudar?
_Por que você sempre pede minha ajuda?
_Você é a minha musa. Desde quando eu te conheci.
_Acho que a milionésima vez que você diz isto. Estou deitada te esperando.
_Pode dormir tranqüila, acho que ainda vou demorar aqui.
_Amor, você sabe que eu não durmo sem você. Vamos deitar?
_Vou ficar só mais um pouco aqui, pode me esperar.
_Então tá, vê se não demora.

E assim nos beijamos por um longo tempo. E ela vai para cama. Sigo ela com meus olhos. Ela continua tão bela como quando nos conhecemos, na faculdade. Depois de 15 anos, em nenhum momento deixei de sentir o amor, a paixão, tudo. Acho que tudo apenas aumentou. Seus olhos verdes como uma esmeralda me hipnotizam. Sua pela, clara como marfim, é uma maravilha. Seu toque e a coisa mais suave que eu já vi. Seus longos cabelos loiros brilham como os raios de sol. Boa parte de tudo o que escrevo é devido a ela. Ela é a minha pedra filosofal, meu élixir eterno. Mesmo assim a folha que acabo de colocar ainda esta em branca. A inspiração não é algo que vem com tanta facilidade.Fico ainda lá durante mais uma taça de vinho. E nada. Apenas mais papel amassado ao lixo.

Por hoje é só. Desisto, pois o relógio da sala denuncia a madrugada. Ainda olho pela janela, e vejo pequenos flocos de neve caindo. Minhas crianças vão querer brincar lá fora amanhã, e estarei com eles lá. Minhas três paixões. A escrita, minha mulher e meus filhos. Caminho pela casa, que agora está toda escura. Entro no meu quarto e a vejo deitada, com seus olhos fechados. Apenas fico ali na porta, a observando sorrindo. Ela abre os olhos e me vê, e assim corresponde o meu sorriso.

_Você vai ficar parado aí?
_Deixa eu te observar um pouco, você é sempre tão bela.
_Acho que aqui de perto você pode me olhar melhor.
_Se minha deusa falou, que sou eu para discordar.

E assim deito ao lado dela. E fazemos amor como nunca. Toda vez é algo novo. 15 anos com ela e ainda a desejo. Já fiz longas viagens, fiquei várias vezes longe dela, a tentação perfeita para cair nos braços de alguma outra mulher. Mas não, nunca quis isto. Eu a amo, e sempre a amarei. E durmo ao seu lado, a pessoa mais perfeita do mundo. e sonho com ela, e com meus filhos, um sonho muito lindo.

E antes que eu perceba, o dia chega, e me levanto, indo ao banheiro para me arrumar. Ainda estava cedo, e depois do banho começo a escrever, ou pelo menos tentar. E mais folhas vão para o lixo. desta vez não era a mesma solidão. Minha amada e meus filhos estão pela casa, e antes que eu consiga escrever, eles me puxam para fora da cadeira. Estou naquela neve, brincando com eles. Não consegui escrever nada. Mas sou um escritor, cedo ou tarde vou conseguir terminar algum conto ou poema. Nada melhor para inspirar que o sorriso das crianças ou o beijo da amada. Afinal, sou apenas um escritor. E tenho de manter a fonte de inspiração sempre viva."


LMN, Droog's Sentence:"This is the end, Beautiful friend, This is the end, My only friend, the end"

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